A moça era agarrada na saia da poesia. Paixão por versos, pinturas, filosofia e um olhar que mais parecia uma flor para alegrar corações amigos. Ela tinha também aquele sorriso que quando eu não encontrava, ficava procurando para fixá-lo em minhas retinas, para ver, através dele, o universo ao meu redor. Hoje, estou a procurar o riso singelo da moça contemplando sua fotografia, e só fico vendo a figura de uma linda moça alegre, porque seu olhar esboça a arte. E, mesmo vendo as pessoas tristes não me animo a acompanhar esse ritmo, porque vendo a moça e sua felicidade guardada já fico alegre. Alegria anunciada na minha intuição, na minha fé e agarrada na saia da poesia da moça.
Texto: Helena Peixoto
Foto: Ricardo Borges